quarta-feira, outubro 29, 2003

DÁ-ME O TEU PÃO

Dá-me o teu pão colhido nas searas
balouçantes na noite clara
que eu dou-te a minha sede derramada
nos orvalhos das manhãs vestidas de azul e lilás!

Dá-me o teu pão cozido no forno
das tuas noites mornas
que eu dou-te a minha sede
que verte nas madrugadas vestidas do meu desejo!

Dá-me o pão que amassaste
dos grãos primeiros do teu querer
que eu dou-te a sede que venho mendigando
pelos vales e colinas de todos os meus tempos!

Por Todo o Tempo, José Nuno Pereira Pinto
(1986)