terça-feira, novembro 04, 2003

ANGÚSTIA

Pergunto à noite ponteada de mistério
por que «é»
e ela queda-se na mudez lucilante da angústia.

E pergunto à madrugada
por que desabrocha
e ela chora no orvalho do seu silêncio.

E pergunto à manhã
por que ri
e ela agoniza no canto da cotovia.

Apocalipse, J. N. Pereira Pinto
(1983)